quarta-feira, outubro 23, 2013

Carta....

Sempre quis ter a capacidade de publicar algo suficientemente sério… E hoje, acho que me deu para isso.

Sentimentos… 

Acredito que tudo que faz o nosso coração bater, e sentir, é bom. 

Faz-nos “existir”, e isso faz com que não nos esquecemos que somos Humanos, e com que sejamos Humanos uns com os outros.

Sou Feliz. Olho à minha volta e pode se dizer que sou mesmo muito Feliz. Tenho uma Família digna de uma série de doidos… Verdade! Lembram-se de uma série que existia que era a “Irmãos e Irmãs”? É mais ou menos isso, mas sem o casalinho Gay… e somos menos, acho eu…

Podia descrever a minha família, mas isso só vos iria fazer invejá-la, pelo funcional, disfuncional que é… Mas eu Amo do fundo do coração a minha família. Não a trocava por nada desde mundo. Gosto dela, tal e qual assim! Adorava ter uma casa gigantesca para os reunir todos, sempre! Porque todas as vezes que estamos juntos, não é suficiente, e falta sempre alguém. E há aquelas pessoas que não são família de sangue, mas são família de coração, e estão connosco sempre, e amo cada segundo…. Amo de verdade…

Mas tal como na série que falo, também este “post” existe por causa de uma morte… da morte do meu Pai. E essa morte que me afecta. Está a chegar mais um aniversário, e por mais que eu ache que fica mais fácil, a verdade é que não fica, e a saudade existe, e aumenta, aumenta, aumenta, e hoje é um dia em que essa saudade não cabe no peito.

Hoje dói especialmente. 
Hoje apetece-me chorar porque tu não estás aqui para me abraçar como sempre fizeste. Hoje não estás aqui para rir à gargalhada comigo, só porque nos apetece. 

Eramos assim parvos, os dois juntos…. Lembras?

E é disso que eu tenho mais saudades. 

Da nossa parvoíce pegada. De acordarmos os dois cedo, ao sábado, e irmos a casa da minha irmã, obriga-la a sair da cama, só porque sim. Só porque estávamos aborrecidos em casa, e queríamos espalhar a nossa parvoíce.

Porque não posso ver os “Saw’s” contigo, depois de jantar, e claro que não foi a melhor ideia do século. Mas acabamos por rir feitos parvos de novo, porque os filmes são nojentos, e mal feitos. E era tão melhor gozar com os filmes, em vez de os ver como se fossem algo de jeito, a comermos “Kinder Surpresa” como se não houvesse amanhã….

Porque já não posso gozar contigo, porque passaste com o carro por cima do teu computador portátil, e com isso obrigaste-nos a fazer uma lista das coisas mais ridículas que fazias, mas céus, como adorava assistir a todas…

Ou como daquela vez, em que íamos juntos para os empregos, e o Senhor do café, achava que tínhamos um caso, e tratava-me mal, quando eu ía ao café sozinha. E só me passou a tratar bem, quando fomos lá com Mãe, e o Senhor do café percebeu que eu era tua filha, e não a “Biscate”…

Céus… Tenho tantas saudades…. Tantas saudades de ti… de rir e chorar contigo… de te abraçar, e de tu tentares não mostrares emoções comigo, porque vá…. Eu era só a tua filha mas nova, e tinhas que tentar mostrar algum respeito.

Lembro da vez que fumei pela primeira vez à tua frente, e tu, mesmo sendo fumador, ficaste tão zangado comigo, que me viraste as costas e não me falaste durante um bom bocado. E depois perdeste toda e qualquer oportunidade de me manter nessa, quando me cravaste o primeiro cigarro, porque a preguiça era maior, e não te apetecia nada ir ao café comprar mais….  

Custa-me que não conheças o meu filho. Que nunca o tenhas visto. Que não estragues com mimos. Que não lhe ensines os teus truques de magia. Oh meu deus, que são péssimos, e tão óbvios…

Sei que sabes que sou Feliz.

Sei que sabes que tenho saudades tuas!

Sei que sabes que te Amo daqui até à Lua!

Sei que sabes que dava a minha vida para te ter aqui de novo, o que é um bocado estúpido, porque assim não estava aqui eu, e era a modos que um desencontro.


“Onde estiveres, eu estarei lá. Sempre a teu lado do lado de cá….

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