Os gordinhos, são tidos como pessoas deveras Felizes. Andam
sempre a sorrir, e a fazerem piadas. Na maior parte das vezes, sobre eles
próprios.
Os gordinhos, aparentam ser pessoas de bem com a vida, e com
elas mesmas.
Até poderá ser assim. Mas a verdade, é que um gordinho, é
sempre olhado de lado, e sabe disso. O Gordinho dá conta da maneira como olham
para ele, quando vai a uma casa de Hambúrgueres, ou a uma Pizzaria. Se está a
comer um gelado, ou algo que os outros, os “Não-Gordinhos” considerem que não é
de todo apropriado ao Gordinho, e à sua condição fÃsica.
O Gordinho, dá conta da maneira como é olhado, quando veste
algo que os “Não-Gordinhos” não aprovam, e acham que não deveria ser para
aquele tipo de corpo.
Antes de mais, acho importante frisar, que o facto de um Ser
Humano, não corresponder aos ideais de outros, não quer dizer que não seja
saudável. Conheço mais magros com problemas de saúde, que gordinhos. E atentem
que até conheço bastantes pessoas….
O gordinho, da mesma maneira que o magrinho, também tem
sentimentos. E se um magrinho, não gosta que lhe seja apontada a sua magreza,
quando tem dificuldades em aumentar de peso, acreditem que um gordinho não
precisa de ser lembrado que é gordinho.
Toda a sociedade está desenhada para pessoas magras, ou com
determinada constituição fÃsica. As grandes cadeias de lojas de roupa, só
agora, é que começam a comercializar roupa com tamanhos maiores. E mesmo não
sendo gordinho é horrÃvel entrar numa loja, e sair de lá com um L, ou um XL,
quando esse não é o nosso tamanho. O mundo parece ter sido desenhado para quem
veste menos que o 34, e o resto da população que se amanhe. Ou se entregue a
tamanhos tremendamente inadequados, ou então nem sequer encontra roupa.
Já pesei bem mais do que aquilo que peso hoje em dia, e uma
das coisas que mais me custou, foi não encontrar uma linha de roupa que se
ajustasse às minhas necessidades. Ou seja, perdia toda a minha identidade, e
tinha que alterar a minha forma de vestir. As roupas de tamanhos maiores, não têm
forma, e não são nada agradáveis. Uma espécie de roupa “Pré-Mamã”, mas sem o
apoio para a barriga. Só nos últimos anos, é que se começou a ver determinadas
linhas de roupa, a acompanharem as tendências da moda. Não é que seja isso que
queremos. Porque ninguém tem que se vestir como todos os outros. As Pessoas, os
Seres Humanos, têm o direito de vestirem o que realmente gostam. E se uma
menina com 90kg, quer vestir uns calções de ganga curtinhos, que vista. Se ela
tem autoconfiança para isso, então que avance. Visualmente, pode não ser a
opção ideal, ou a opção certa. Mas quantas vezes são que as pessoas não vestem
aquilo que realmente gostam, porque não querem lidar com a opinião dos outros
Seres Humanos?!
Mesmo Gordinha, sempre usei bikini. E não me importava nada.
Sempre preferi a ter menos marcas no corpo, do que com as opiniões dos outros.
Se as minhas opiniões, raramente são tomadas em conta, para quê dar-me ao
trabalho, sequer de as ouvir?
Falo de peso, e perdi o meu… Perdi, porque não me sentia
saudável com o peso que tinha a mais. Porque fui Mãe, e quero poder estar
presente para o meu Filho. Quero conseguir correr atrás dele, e não ter um
ataque cardÃaco depois disso.
Queria ser capaz de o acompanhar. A nÃvel de saúde, estava
tudo bem, as análises estavam com os valores todos normais. Excepto a minha
condição fÃsica.
Queria estar aqui, no Mundo e ser capaz de brincar com o meu
filho sem problemas. Isso, é que me fez mudar o meu estilo de vida, e não os
estereótipos criados pela sociedade em que vivemos.
O único “senão”, é que mudei, e senti-me bem com isso.
Comecei a gostar da forma como o meu corpo estava a ficar. De resistência que
comecei a ganhar. Da capacidade de correr numa passadeira. De possibilidade de
estar numa bicicleta de spinning, durante determinado tempo, de determinada
forma. Comecei a gostar da forma como me comecei a sentir. E acredito que isso
é o mais importante. Esteja gordinha, ou ligeiramente menos gordinha, o importante,
é sentimo-nos bem com isso, e não deixarmos que ninguém consiga alterar isso.
Post deveras interessante,não percebi se era ou é autobiográfico, mas o que mais me chamou a atenção não foi o que foi dito mas sim o que não foi dito.
ResponderEliminarBovaRy
Eu gordinho me revi neste post!
ResponderEliminarObrigado :)
(PS: podias tirar a validação de palavras? é que impossibilita os invisuais de te comentar)
Bjinho*
Já está!!!!
ResponderEliminarBeijinho *
É auto biográfico "xis"... Já fui Badocha, Gorda, e Gordinha... Mas nunca me preocupei com a forma com que as pessoas olhavam para mim... Mas no outro dia, num acesso de gula, fui comer a um restaurante de fast-food, e estava lá uma menina com bastante peso. E achei repugnante a forma com que olhavam para ela... As pessoas não entendem, podia ser o dia de ela comer o que quisesse... E nem estava a comer muito... Era só um hambúrguer, e umas batatas fritas... Nem refrigerante tinha (levava eu mais coisas....). Podia estar triste com alguma coisa, e estava ali a tentar "compensar-se"... Gozo com as pessoas ? Gozo... Mas com algumas coisas.... Aquilo mexeu comigo...
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