terça-feira, novembro 28, 2006

“Fiu…. Táááááááxi”

Nunca fui uma pessoa muito dada a ter sorte, mas o pior de tudo, é que existem aqueles dias, que sabemos que vão correr mal … Muito mal, mesmo!!!

Um dia, o meu chefe alertou-me que no dia seguinte, eu teria que estar no escritório às 9h00m, porque era dia de inventário, e teríamos que ir até ao armazém, que é no outro lado de Lisboa, mais propriamente no Cacém, e como o pessoal iria se distribuído pelos automóveis dos colegas, convinha que estivesse lá tudo à mesma hora.

No dia do dito inventário, levanto-me mais cedo, já para evitar confusões. Consigo despachar-me em tempo recorde, e saio de casa para apanhar a dita camioneta, rumo ao Prior Velho.

Como a camioneta que passou, não dava para onde eu ia, decidi que apanharia essa à mesma, mas assim, saía em Sacavém, e tinha oportunidade que passasse outra (dado que só existem duas camionetas que se aventurem a passar pelo Prior Velho, a vantagem não era assim tão grande!!!). Vou nessa camioneta, saio em Sacavém, e espero… Espero … Continuo a esperar … e nada!!!

Nem uma única camioneta que passasse no Prior Velho. Olho, e frente e penso na única alternativa possível … A Praça de táxis!!! Era a minha salvação … Fácil. Metia-me num táxi, rumo ao Prior Velho. Só tinha um senão… Teria que parar no Multibanco mais próximo, dado que eu não tinha um único cêntimo na carteira, e convínhamos … Tinha que pagar ao Sr. táxista, certo?!?

Entro no táxi, e digo ao Sr. “Para o Prior Velho, o mais depressa possível… Mas terá que parar num Multibanco primeiro, se não, não lhe posso pagar”, e digo isto com uma gargalhadinha meia estúpida, meia nervosa …

O Sr., diz que não há problema, e dado que eu ia para o Prior Velho, poderia parar naquela enorme loja de calçado que existe mesmo em frente ao meu trabalho, e como tem lá uma caixa Multibanco, não havia qualquer problema. Eu assenti!

Lá entrei no dito táxi, rumo ao Prior Velho, de modo a que chegasse lá, às 9h00m. Em Sacavém, tudo correu bem… Nem havia a habitual carrinha estacionada em frente à Churrasqueira, nem as camionetas mal paradas.

Até, que chegamos à recta de acesso ao Prior Velho. Se houver alguém que conheça aquilo, passo a explicar, que é desde a rotunda do Lidl de Sacavém, até à rotunda do Prior Velho, tendo como vista, do lado direito, uma boa parte de Camarate, bem como os Pombais improvisados (demorei cerca de dois anos, para perceber que aquilo eram Pombais…), e do lado esquerdo, temos a parte nova do Prior Velho, com os seus prédios acabados de construir. Esta recta, também é conhecida, pelo trânsito. E foi isso que me aconteceu… Estava uma fila interminável, que andava dois centímetros, de 10 em 10 minutos. Eu já começava a ver a minha vida (e o meu pescoço) a andar para trás. Quando me lembro, de telefonar ao meu ex-chefe, e dizer-lhe que me encontrava nesse ponto, de modo a que esperassem um bocadinho por mim. E assim fiz …

Liguei-lhe, e expliquei-lhe. Ele pergunta-me se eu não podia sair da camioneta, ao que eu digo, baixinho (para que o Sr. táxista, não pensasse que eu, ainda era mais doida do que aquilo que aparentava) “Não, não dá para sair, porque paga-se multa se sairmos fora das paragens autorizadas”. Ok, tendo em conta que eu estava num táxi, do qual não podia sair, porque tinha que o pagar. Eu não podia dizer ao meu Chefe que estava num táxi. Eles ainda iriam ficar a pensar que me pagavam alto salário, e toda e qualquer reivindicação de aumento de salário, caía por terra. Por isso, tive que manter a minha dignidade de proletariado, e dizer esta mentirinha entre dentes.

Finalmente, chego ao pé do Multibanco, ao fim de uma enormidade de tempo, que me fazia chegar às 9h30m, ao meu local de trabalho.

Aproximo-me da máquina, e coloco o meu cartão Multibanco. Para me despachar, nem dou hipótese de aparecer o ecrã que pede para se colocar o “Código Secreto”, carreguei logo nas teclas, inclusivamente, na do levantamento. Até que não surge nada no ecrã. As teclas não funcionavam. Fartei-me de carregar nas teclas todas, na vã esperança que acontecesse alguma coisa, mas nada … Sem um única sinal de vida. Até que aparece aquele bonequinho das ATM, que de fofinho, não tem nada, com aquele sorrisinho invertido, e com uma mensagem a vermelho a dizer “O tempo para executar a operação expirou”. Obvio que tinha expirado, não pude “executar” nada, a porcaria das teclas não funcionavam.

Mas, como típica portuguesa que sou, não me podia dar por vencida à primeira, e então, lá coloco o cartão outra vez. Que de nada me valeu, porque se estava avariada, é óbvio que continuava avariada. Não me lembro de ter visto alguém, com uma malinha de ferramentas, pronto, para dar nova esperança aquém ali se dirigisse para fazer, o quer que fosse com aquele máquina do demónio.

Tive que voltar para o táxi, e dizer ao Sr. (que digamos, já olhava para mim com uma certa dúvida, que eu tivesse, sequer cartão Multibanco, quanto mais dinheiro …), e, pedi-lhe gentilmente, que se dirigisse a um outro Multibanco, que existe numa ruazita mais abaixo. O Sr., lá vai, e pára.

Eu saio, a correr num “speed”, que nem eu sabia que o tinha, e entro pelo banco adentro. Mas para minha sorte, está um Velhinho. Daqueles fofinhos, com bengala e bonezinho, que andam devagarinho, e que deve passar as tardes no Grupo Desportivo do Prior Velho a jogar dominó, com os seus amigos, igualmente velhinhos, igualmente fofinho, e igualmente lentos.

E este “Velhinho” que se encontra à minha frente, não faz mais nada que tirar da sua carteirinha, já velha e gasta, que continua a guardar religiosamente, o seu cartão telefónico, e a coloca-lo na caixa Multibanco. Não, não era daqueles cartões modernos que se recarregam no Multibanco.

Era mesmo, daqueles cartões que se utilizam nas cabines telefónicas. Tive que sair do banco, novamente a correr, e dizer ao Sr. táxista, com o meu melhor sorriso, que tínhamos que ir a um outro Multibanco. O Sr., felizmente, só se ria com a situação toda.

Até que chegamos a um outro Multibanco, (este, com duas caixas, que estavam ocupadas), tendo à minha frente, uma senhora. Só sei que eu devia ter um ar, tão desesperado, que a senhora, me deixou ir na sua vez, dizendo “ A menina quer ir primeiro. E que pelo que parece, está mesmo cheia de pressa, e ainda para mais tem aí o Táxi à espera”, e eu digo-lhe “Ahhh… Muito Obrigada, é que estou mesmo cheia de pressa!!!”.

E lá vou eu. Finalmente consegui levantar o dinheiro para pagar a “corrida” a este táxista, que no fim desta história toda, já só se ria (que além, para além de mim se risse com isto!!!).

E eu cheguei ainda mais tarde que um dia normal, ao meu local de trabalho, com a diferença que ainda tinha que ir para o Cacém, o que implicava ter algum colega meu, à minha espera.

Felizmente, não fui a única pessoa a atrasar-me!!! Ena … Lá fui para o armazém no Cacem, fizemos o inventário, blá, blá, blá, a partir daí o dia correu muito bem.

Ah…Algum tempo depois, e posso garantir que foram alguns meses, tive que chamar um táxi, desta vez, para me ir buscar a casa. Era o mesmo táxista. E ainda se lembrava de mim… (I wonder why ?!?!?)

Esta história, é mesmo verdade. Aconteceu-me no dia 11 de Novembro de 2005. Com isto dá para perceber sou uma espécie de Pato Donald, e sou mesmo azarada.

** Hasta Razzmatazz **

PS - Peço mil desculpas por este "Pueste" ser tannn largo ... mas foi a maneira mais curtinha que encontrei para contar este meu ... episódio ... Com Táxis, este não é o único ... (carinha sorridente)


2 comentários:

  1. Histórias de taxis é um livro aberto onde cada um de nós axo k pode escrever um capítulo. Ainda m lembro das histórias que Nuno Markl contava na rádio. Markl sofria a tortura matinal de se ver confrontado com um Zé Manel cedento de falar de bola. O pobre Nuno, que de futebol nunca percebeu um cú, teve de andar a decorar frases para dizer, tais como: “O Futebol já foi mais técnico”. No entanto, como só decorava uma frase por dia e não a conversa inteira…estás a ver o resultado “Mais técnico, como assim?” e o pobre voltava à rádio e perguntava a quem de direito a resposta que ele n fazia a mínima ideia. Semanas assim davam um capítulo de anedotas…dps ele aprendeu o nome dos jogadores do Benfica e deixou de ter piada:-P
    O teu capítulo tem uma mistura equilibrada e mto bem temperada de comédia e acção. Houve momentos em que eu dei por mim a dizer alto: “oh meu deus e agora? Será que ela se vai safar? O que lhe vai acontecer?” “Ah! Bolas mais para o “velhinho”!” e acabei de ler o post com um sorriso estampado na cara a pensar “Ah! Ainda bem que tudo acabou bem! O super-taxista Zé manel salvou novamente o mundo.”
    Já meu capítulo poderia incluir sessões de drama (falando dos táxis que apanhei no Brasil) ou então o episódio marado em que apanhei um táxi (tal como todos nós pobretanas) em desespero de causa. Perdi o último metro e o meu pai tinha-me deixado o carro estacionado ao pé da estação do metro de Odivelas city para eu regressar a casa de carro. Entro no táxi e começou logo ali o imbróglio. “Mas ó menina. O metro já fechou a esta hora…tem a certeza que quer ir para a estação do metro? Vai sair de uma estação do metro para outra? É mesmo para a estação que quer ir?” Dps de eu lhe explicar a situação ele, não mto convencido, lá foi. Ao xegar teve a prova final de que estava a falar com uma pessoa alucinada “Mas como assim n sabe onde tem o carro?”. :-O
    (isto é capaz de ter ficado um cometário assim a modes que coiso e tal para o grandito n?!)
    Bjs
    a cunhadinha

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  2. ... e quando aqui postar a minha última aventura com um táxi/táxista ... ui, ui ... essa ... foi ... (...)
    Sem palavras !!!

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